A
rede vai fortalecer o cuidado integral e humanizar o atendimento, com
reforço às ações de diagnóstico, tratamento, reabilitação e
redução de danos
Para
estimular hábitos mais saudáveis e dar assistência qualificada às
pessoas com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), o
Ministério da Saúde instituiu a Rede
de Atenção à Saúde para
esses usuários no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A rede
vai fortalecer o cuidado integral aos brasileiros e humanizar o
atendimento, ampliando as estratégias de promoção da saúde e de
prevenção com reforço às ações de diagnóstico, tratamento,
reabilitação e redução de danos.
“A
portaria representa um avanço no combate ao desenvolvimento de
doenças crônicas, assegurando ao brasileiro atendimento qualificado
e articulado entre todas as unidades de atenção à saúde”,
destaca a coordenadora-geral de Áreas Técnicas do Departamento de
Atenção Básica do Ministério da Saúde, Patricia Chueiri.
A
rede vai funcionar com linhas de cuidados específicas voltadas à
prevenção e tratamento das DCNT, principalmente o Diabetes, a
Hipertensão Arterial, alguns tipos de cânceres, além de combater o
excesso de peso e a obesidade, incluindo o tratamento cirúrgico para
a obesidade grave. Os critérios para a implantação dessas linhas
de cuidados serão definidos pelo Ministério da Saúde, em
normativas específicas.
A
porta de entrada prioritária da Rede será a Unidade Básica de
Saúde (UBS), que vai acolher o usuário com uma equipe
multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros e outros
profissionais de saúde. Em caso de um usuário com diabetes e
sobrepeso que apresente sua glicemia controlada, por exemplo, ele
poderá pegar os medicamentos na UBS e ser encaminhado a um pólo de
Academia de Saúde para realizar atividades físicas. Se esse mesmo
usuário apresentar complicações do diabetes, como nefropatia
(lesão ou doença no rim), ele deverá ser encaminhado a um serviço
especializado. A equipe de atenção básica fará o acompanhamento
contínuo do usuário.
O
Ministério da Saúde também vai promover parcerias para que um
município possa prestar serviços aos usuários de outra cidade,
completando a rede de atenção à saúde de pessoas com doenças
crônicas.
A
obesidade é um forte fator de risco para saúde e tem forte relação
com altos níveis de gordura e açúcar no sangue, excesso de
colesterol e casos de pré-diabetes. Pessoas obesas também têm mais
chance de sofrer com doenças cardiovasculares, principalmente
isquêmicas (infarto, trombose, embolia e arteriosclerose), além de
problemas ortopédicos, asma, apneia do sono, alguns tipos de câncer,
esteatose hepática (gordura no fígado) e distúrbios psicológicos.
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças
crônicas constituem um dos grandes desafios de saúde pública. No
Brasil, 72% das causas de mortes e 60% de todo o ônus decorrem
dessas doenças. No ano 2020, as DCNT serão responsáveis por 80% da
carga de doença nos países em desenvolvimento. Atualmente, apenas
20% da população nesses países realizam o tratamento prescrito.
Vigilância–
A última pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada em
2011 pelo Ministério da Saúde, mostra que o excesso de peso e a
obesidade têm crescido no País.De acordo com o estudo, a proporção
de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para
48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de
11,4% para 15,8%.
Para
frear a obesidade e o sedentarismo, que são fatores de risco
importantes para doenças crônicas, e promover hábitos de vida mais
saudáveis, o Ministério da Saúde prevê uma série de iniciativas
no Plano de Ação para Enfrentamento das DCNT através de parcerias
com o setor privado e outras pastas do governo. Lançado em agosto de
2011, o plano tem por meta reduzir em 2% ao ano a taxa de mortalidade
prematura causada por DCNT até 2022.
O
Programa Academia da Saúde é a principal estratégia para induzir o
aumento da prática da atividade física na população. A iniciativa
prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e
profissionais qualificados para a orientação de práticas
corporais, atividades físicas e lazer. Atualmente, há mais de 2,6
mil polos habilitados para a construção em todo o país e outros
155 projetos pré-existentes que foram adaptados e custeados pelo
Ministério da saúde.
Para
melhorar a dieta dos brasileiros e qualidade de vida, o Ministério
da Saúde firmou um acordo com a indústria alimentícia que prevê a
redução gradual do teor de sódio em 16 categorias de alimentos. A
previsão é de que, até 2020, estejam fora das prateleiras mais de
20 mil toneladas com o teor deste alimento. Se o consumo de sódio
for reduzido para a recomendação diária da OMS (menos de cinco
gramas por pessoa diariamente), os óbitos por AVC podem diminuir em
15%, e as mortes por infarto em 10%. Ainda estima-se que 1,5 milhão
de brasileiros não precisaria de medicação para hipertensão e a
expectativa de vida seria aumentada em até quatro anos.
FONTE: PORTAL DA SAÚDE